Ovídio Hillebrand
07/07/2022
MUSEUS – DOCUMENTOS HISTÓRICOS -IDIOMAS.
O que nossos Museus costumam conter, além dos mais variados objetos antigos: instrumentos, ferramentas, livros, documentos, jornais, cartas?
Texto originalmente publicado em maio,18 2002.
Maio 18, 2002 Dia Internacional do Museu. Em 1750 criou-se o primeiro museu em Paris.
O que é um museu? O dicionário Webster diz: prédio ou lugar onde obras de arte ou outros objetos de valor permanente são guardados e mostrados.
Em Latim: lugar sagrado das Musas; prédio devotado ao estudo e às artes.
O que nossos Museus costumam conter, além dos mais variados objetos antigos: instrumentos, ferramentas, livros, documentos, jornais, cartas.
Outras coisas do passado que gostamos de conservar: casas de estilo diferente ( enxaimel ); árvores frondosas e ou raras.
Não seria também de incluir para guardar e mostrar como objeto de valor permanente, o IDIOMA falado pelo povo imigrado a esta região?
Todo idioma também é uma arte, um documento histórico: ele conta a origem dum povo. As palavras latinas na língua inglesa lembram a história dos exércitos romanos conquistando territórios desde Roma até a Inglaterra...e deixaram parte de seu idioma na língua inglesa.
Muito se lamenta que os idiomas falados pelos imigrantes não estão sendo mantidos. Na correria das atividades cotidianas é mais fácil falar Português. Mas, deveríamos todos darmo-nos conta do grande valor cultural e histórico que estes idiomas representam. Digo idiomas, no plural, referindo-me aos vários dialetos além do chamado gramatical, tanto alemão quanto italiano e outros. Estes idiomas, se falados mais amiúde, são um conhecimento pelo qual não se precisa pagar, nem fazer esforço nem tampouco gastar tempo para aprendê-lo.
No nosso dia-a-dia, os que ainda falamos espontaneamente uma segunda língua, possivelmente não nos damos conta como somos admirados por forasteiros, ao ouvirem que aqui em Nova Petrópolis todo mundo... fala dois idiomas!!! Não é bacana isto?! Que cartão-de-visita! Que povo culto! (cultura adquirida assim ao natural....por tradição ). Turistas de outras regiões poderão pensar: “Póh! Onde estou? No Brasil ou na Europa?...” Fato concreto: um hóspede nosso me contou que, ao entrar em Nova Petrópolis, disse para a família: “ Ó pessoal! Tirem o Passaporte! Estamos entrando num outro país!”
Anos passados não havia esta necessidade premente de zelar pela língua dos avós; pelo contrário; era preciso zelar para aprender um bom Português. Hoje as crianças aprendem muito fácil a língua nacional. Não há o que temer por isto. Há sim que temer que as crianças e jovens sejam menos sábios; saibam só um idioma!
O que fazer para incentivarmo-nos todos em manter este objeto cultural como peça viva de museu? Objeto exposto aos forasteiros nas ruas e lojas?
A revista Sankt Paulusblatt ( “bicho” em vias de extinção ), deveria ser usada nas aulas de alemão como revista de comunicação e aprendizado entre alunos, professores e comunidades. Todos escrevendo, comunicando-se, contando “causos”; cada um do seu jeito, aprendendo, melhorando; SALVANDO A REVISTA, O IDIOMA E A CULTURA!!! Nada desta preocupação doentia e exagerada pelo CORRETO desta dificílima língua alemã!!! Raros a escrevem corretamente. Por isso o temor de usa-la. Todos os idiomas corretos tem sua origem em erros de outros idiomas anteriores.
Que tal VEREADORES, INSTITUIR O MÊS DE JULHO COMO MÊS DO IDIOMA DOS IMIGRANTES?! Mês em que todos falaríamos mais vezes algum dos idiomas que aprendemos na família?! O exemplo já foi dado pelo município de Serafina Corrêa em relação ao Italiano. Mês do Festival do Folklore...das etnias. Para que o jornalista não precise mais dizer que A Rainha do Folklore ALEMÃO disse num perfeito (ou lindo ) alemão: GUTEN ABEND! E nada mais. Ela poderia ter dito ainda: “ Es hat mich sea gefreut das ich Königin gewehlt geb sin. Ich un mei Prinzessinne werre alles duhn um Nova Petrópolis gut zu representiere...”
Casa Cooperativa